O primeiro episódio de Loki foi uma verdadeira enchurrada de novidades. Fomos apresentados à AVT (Autoridade de Variação Temporal), descobrimos a existência de “três lagartos espaciais“, que reorganizaram o multiverso em uma única linha temporal após uma guerra, e que uma nova variante do Deus da Trapaça quer destruir tudo pela frente. Também descobrimos que tal variante está matando agentes da AVT enquanto pula de uma linha temporal para outra. Enquanto muitos especulam se tratar de Lady Loki, possivelmente interpretada por Sophia Di Martino, o primeiro episódio da série estrelada por Tom Hiddleston também deu pistas sobre a participação de outro vilão já confirmado no MCU: Kang, o Conquistador, que será interpretado por Jonathan Majors.

É difícil resumir quem é Kang nos quadrinhos, já que o vilão assume diferentes versões ao viajar múltiplas vezes pelo tempo – resultando em inúmeras variantes co-existentes num mesmo universo. E justamente por ter acesso à linhas e variantes temporais ao criar uma máquina do tempo, Kang se torna um dos vilões mais ameaçadores dos Vingadores. Aqui, vemos que variantes e viajens temporais se encaixam perfeitamente no contexto da série Loki, e dois detalhes sutis do primeiro episódio podem dar pistas de que veremos Kang na série do Deus da Trapaça. O primeiro detalhe tem rosto e nome.

Kang, o Conquistador, será interpretado por Jonathan Majors no MCU.

 

No primeiro episódio de Loki, vemos a cômica cena de Vingadores: Ultimato, em que o Deus da Trapaça foge ao roubar o Tesseract após a Batalha de Nova York. A fuga resulta em uma variante do tempo, já que tal momento não deveria acontecer, e cria uma ramificação da Linha do Tempo Sagrada. Ao surgir na Mongólia, Loki é rapidamente detido pelos agentes da AVT, que o levam ao quartel oficial da agência para ser julgado pelo seu “crime”: ele não deveria ter pego o Tesseract, fugido dos Vingadores e criado uma variante no tempo. E durante o julgamento, somos apresentados à juiza Ravonna Renslayer, interpretada por Gugu Mbatha-Raw. Para muitos, Ravonna tem um simples papel na cena, mas para outros tantos, ela pode ter um peso maior no futuro da produção. Isso porque, nos quadrinhos, a personagem é o principal interesse amoroso de Kang, o prometido grande vilão para a Fase 4 do MCU. Enquanto julga Loki, Ravonna aparece frente à escultura de um dos três Guardiões do Tempo. Tal escultura, mesmo que recortada, tem feições muito parecidas às de Jonathan Majors, ator que viverá Kang no Universo Cinematográfico da Marvel. Aliás, a personagem aparece posicionada bem nos lábios da escultura, sugerindo um “beijo” e reforçando o interesse amoroso entre os dois. Mas se Kang fosse uma das figuras centrais desta escultura, teríamos que acreditar que, no MCU, ele será um dos Guardiões do Tempo. Seria Kang um lagarto espacial?

Gugu Mbatha-Raw como Ravenna Renslayer em Loki. Imagem: Marvel Studios.

A segunda pista de que Kang já faz parte do MCU e que pode ser o grande vilão por trás de tudo que acontecerá com o Deus da Trapaça aparece nos minutos finais do primeiro episódio de Loki. A cena abre nos informando que estamos em Salina, no estado de Oklahoma, Estados Unidos, no ano 1858. Agentes do tempo aparecem e dão de cara com um objeto altamente tecnológico, que veio do início do terceiro milênio. É no terceiro milênio que Kang, o Conquistador nasce. A cena ainda faz mais uma breve ligação com o personagem: ao cheirar óleo em uma plantação, um agente do tempo sugere que “um idiota arranjou uma máquina do tempo” e viajou ao passado para ficar rico. Quem possui uma máquina do tempo no terceiro milênio? Kang. É certo que, em tal cena, não é o Conquistador que aparece encapuzado, elimina os Homens-Minuto e rouba a carga de reset, dispositivo usado para reiniciar linhas do tempo. Aqui, é mais certo que seja Lady Loki, a grande vilã da série.

Dispositivo do terceiro milênio sugere ser máquina do tempo. Imagem: Marvel Studios

No entanto, se juntarmos tais sugestões, podemos trilhar um caminho que indique uma interferência de Kang em acontecimentos da série. Se ele de fato for um Guardião do Tempo, tem totais poderes para decidir o que faz e o que não faz parte da Linha do Tempo Sagrada, ou seja, o que precisa e o que não precisa acontecer. E se ele simplesmente decidir que deve conquistar o espaço e tempo sem a interferência dos outros Guardiões? E se, para fazer isso, ele precisar da ajuda de alguém altamente treinado, meticuloso e trapaceiro, como Lady Loki? E se a variante assassina do Deus da Trapaça só decidiu causar o caos no maior número de linhas do tempo possível para criar eventos Nexus que podem resultar em mais uma guerra multiversal à mando de Kang? E se a variante assassina só apareceu porque foi Kang que a direcionou?

Com o multiverso em colapso, Kang pode eliminar os outros Guardiões para se tornar o grande dono da Linha do Tempo Sagrada, se tornando, assim, o Conquistador do MCU. Com as ações da variante Lady Loki, Kang se mostraria, mesmo que nas sombras, o grande vilão da série. Especulações à parte, já sabemos que o personagem assumirá o trono de Thanos como o próximo grande vilão do Universo Marvel nos cinemas. Sua participação, por enquanto, está somente confirmada em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania, mas quem sabe ele já não dê as caras em Loki?

A série do Deus da Trapaça recebe novos episódios às quartas-feiras no Disney+.

Cofundador e editor-chefe do Duas Torres. Fascinado pela narrativa de J. R. R. Tolkien e pela evolução do entretenimento, encontra paz ao escrever sobre filmes, séries e games.

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