Após a sua revelação no começo do ano, com um trailer espetacular, Battlefield 1 se tornou um dos jogos mais desejados e falados ao redor do mundo. Com as guerras futurísticas muito presentes na maioria dos jogos do gênero, a Electronic Arts apostou alto no retorno para o passado e roubou as atenções.
A guerra para acabar com todas as guerras
Battlefield 1 leva os jogadores de volta para os eventos brutais da Primeira Guerra Mundial, adequando sua jogabilidade para a época. O período é marcado pela violência brutal, além dos avanços tecnológicos e novas armas que surgiram no meio da guerra, como os tanques e metralhadoras, que substituíram os cavalos e espadas.
Esse retorno às guerras antigas é muito bem-vindo em tempos onde o gênero é dominado pelas guerras modernas e espaciais. A Primeira Grande Guerra também foi uma ótima escolha, pois é um confronto pouco explorado no mundo dos jogos, graças ao medo das produtoras, que consideram esse um conflito muito parado e apenas de trincheiras. No entanto, a EA nos mostrou o contrário, com um jogo muito divertido e diversas possibilidades. Battlefield não é um simulador, é um jogo para divertir, com modificações que melhorem a jogabilidade do player, mas sem perder toda a tensão daquela época. Para quem gosta de simuladores, uma boa opção é o game “Verdun“, que se passa no mesmo conflito.
Será que toda a expectativa criada sobre o jogo foi correspondida?
Alistamento
Logo ao iniciar o jogo somos levados para um vídeo de apresentação. Mas não é só um vídeo, é possível jogar já nesse momento. Somos apresentados às primeiras mecânicas do jogo, enquanto a história da Grande Guerra está sendo contada, de forma muito dinâmica. É necessário dizer que essa é uma das introduções mais bonitas já feitas para qualquer jogo.
Modo Campanha
O foco da franquia Battlefield sempre foi estabelecido com seus modos multiplayer, embora isso ainda seja verdade em Battlefield 1, um esforço também foi colocado no modo campanha, que foi dividido em pequenas histórias da Primeira Guerra Mundial.
A campanha conta com 5 histórias, divididas em 5 capítulos que se passam em diferentes localizações, tendo como palco desde cidades da França até os desertos do Oriente Médio. E cada uma dessas histórias é contada de forma com que você conheça melhor e se identifique com o personagem e o clima.
Em todas as missões temos uma jogabilidade dinâmica, onde podemos escolher tanques, aviões, cavalos e até as famosas missões de passar pelas linhas inimigas sem ser notado. O script é bem fechadinho, não dando muita margem para a exploração do mapa, mas não tira a animação de jogar.

Vale dizer também que a campanha de Battlefield é bem curta, com duração de apenas 7 ou 8 horas, serve mais como uma introdução das mecânicas do jogo e como preparativo para o grande astro da franquia, o modo multiplayer. Mesmo assim é notável o cuidado que a DICE teve com esse modo. Em tempos onde a história e o single player são esquecidos, aqui temos missões divertidas e até mesmo momentos emocionantes, que te fazem pensar e refletir sobre os acontecimentos.
Alguns dos momentos mais marcantes da história estão presentes nas missões: Amigos nos Lugares Certos (Friends in High Places), onde o jogador vai parar no cockpit de um avião de batalha britânico, que briga contra os alemães na frente Ocidental. Vivemos na pele de um piloto mentiroso e trapaceiro, e a todo minuto questionamos se a história que ele nos conta é realmente verdade. E na missão Através de Lama e Sangue (Through Mud and Blood), onde controlamos um pombo-correio em um dos momentos mais emocionantes do jogo.

Outra missão que ganha destaque é Nada Está Definido (Nothing is Written), onde vivemos uma guerreira beduína batalhando ao lado de Lawrence das Arábias contra o Império Otomano. É uma missão muito interessante.
O modo história tem um potencial incrível, pois mistura toda a beleza gráfica do jogo com histórias que cativam e emocionam. Além da diversidade de armas e veículos usados durante elas. Mas não espere missões longas ou muito elaboradas como as existentes em Medal of Honor: Allied Assault ou Call of Duty 1, jogos clássicos sobre a Segunda Guerra Mundial. Mas todo o empenho da DICE e da EA, criando boas histórias e narrativas, vale o elogio para que continuem investindo no modo campanha.
Modo Multiplayer
Historicamente, o foco da franquia Battlefield sempre foi o modo multiplayer, com seus mapas gigantescos para até 64 players e grandes veículos de combate. Aqui não foi diferente, com a fórmula básica da franquia presente e um total de 9 mapas no lançamento, modos clássicos como Conquest e Rush retornam para a alegria dos fãs. As novidades ficam por conta do modo Operations, que simula a progressão lenta de uma guerra, com objetivos por regiões, fazendo com o que os times avancem para novas áreas defendidas por inimigos. E também do modo War Pigeons, onde os jogadores devem obter um pombo-correio e o libertar na natureza para entregar a mensagem e ajudar o seu time na vitória.
Os mapas do modo multiplayer têm boa variedade de ambientes. Passando por desertos, cidades em ruínas e até batalha dentro de uma floresta. Todos diferentes e com características únicas. Faltam um pouco mais de opções, mas isso será preenchido com as futuras DLCs.

Uma grande mudança na jogabilidade ficou por conta dos Behemoths – veículos gigantes que podem receber vários jogadores do time dentro dele, controlando armas super potentes. O Behemoth entra em ação numa partida a favor do time que estiver perdendo, quando a diferença chega a 100 pontos. Independente do tempo de jogo. Eles podem vir como trem, um navio ou até mesmo o famoso dirigível do trailer. São veículos muito poderosos que podem mudar o rumo da batalha.
Todo o modo multiplayer foi muito bem trabalhado, desde os mapas, que podem ser maiores ou mais curtos, até os veículos disponíveis em cada um deles, dando uma dinâmica única para cada cenário da guerra. As granadas de gás também mudaram bastante alguns conflitos, obrigando os jogadores a vestirem suas máscaras de gás e decidir o melhor momento para atacar ou defender uma posição. Kits especiais também estão espalhados no meio do mapa, um deles é a tropa de choque, onde o jogador veste uma armadura e carrega uma metralhadora superpesada, ou até mesmo o lança-chamas.

Em Battlefield não basta andar em linha reta atirando, o jogador que fizer isso não deve durar muitos segundos vivo. O ponto principal é o jogo em equipe, a estratégia de atacar os pontos certos nos momentos certos, a comunicação com o seu pelotão e até mesmo a ajuda de cada classe, como kits médicos, kits de munição, reparar veículos, reviver amigos. Essas são as marcas registradas da franquia, que manteve seus pontos fortes e conseguiu modificar o necessário para tornar a experiência muito divertida e satisfatória.
Alguns pontos ainda precisam de melhoria, como o sistema de balanceamento das equipes, que não está nivelando os times, deixando algumas partidas com times desiguais em número de soldados. Também precisam melhorar o sistema de busca de servidores, que não é prático.

Conclusão
Battlefield 1 é um grande acerto e um dos melhores jogos já criados pela DICE, o melhor dos últimos anos, sem dúvidas. Consegue ter um modo campanha consistente e bem dirigido, que além de divertir, faz o jogador refletir sobre o conflito, enquanto escuta as conversas triviais dos soldados nas trincheiras. O modo multiplayer é fantástico, mostrando a já tradicional jogabilidade da série com sua mecânica adaptada de forma brilhante para a Primeira Guerra Mundial. O Retorno as suas raízes fez muito bem ao Battlefield.
Avaliação Final
Desenvolvedor: DICE / EA GAMES
Publisher: EA GAMES
Plataformas: Playstation 4 / Xbox One / PC
Engine: Frostbite Engine 3
Data de Lançamento: 21/10/2016
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